segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O macaco escritor





Imagine que colocamos um macaco diante de uma máquina de escrever e o deixamos digitando aleatoriamente. Cada vez que ele digita uma palavra inexistente, o papel é automaticamente retirado e substituído por um papel em branco. Imagine agora que deixamos o macaco digitando infinitas vezes e resolvemos dar uma olhada no que ele tem escrito e de repente nos deparamos com uma obra completa de Shakespeare! É claro que para esse macaco escrever infinitas vezes teríamos de considerar que o macaco nunca iria se cansar ou morrer.

E se eu dissesse que toda essa "loucura" tem fundamentos matemáticos/probabilísticos? Pois é, este exemplo vem do Lema de Borel-Cantelli, mais especificamente do corolário que diz que se consideramos uma sequência de ensaios binomiais independentes com uma determinada probabilidade de sucesso e se a soma dessas probabilidades for infinito, ocorrerão um número infinito de sucessos quase certamente.

Há ainda mais curiosidade nisso tudo: um americano chamado Jesse Anderson colocou alguns milhões de macacos para escrever e não é que eles realmente estão recriando as obras de Shakespeare? Agora você  pergunta: "e a sociedade protetora dos animais não faz nada?". Calma. Os macacos utilizados na realidade são pequenos programas de computador que emitem sequências aleatórias de texto contendo nove caracteres. Cada sequência é verificada se parece com algo contido em alguma obra de Shakespeare. Caso não seja, descarta-se a sequência. Se ela parecer com algo da obra de Shakespeare, os programas continuam gerando textos.

E esses macaquinhos estão com toda! Já recriaram muitas das obras de Shakespeare como por exemplo O Mercador de Veneza, Macbeth, Rei Lear e até Romeu e Julieta! Aqui você pode acompanhar o progresso desses macacos e ver que até mesmo a teoria de matemática e probabilidade podem nos levar a coisas curiosamente divertidas.

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